Boca
Boca viçosa, de perfume a lírio,Da límpida frescura da nevada,Boca de pompa grega, purpureada,Da majestade de um damasco assírio.
Boca para deleites e delírioDa volúpia carnal e alucinada,Boca de Arcanjo, tentadora e arqueada,Tentando Arcanjos na amplidão do Empírio,
Boca de Ofélia morta sobre o lago,Dentre a auréola de luz do sonho vagoE os faunos leves do luar inquietos…
Estranha boca virginal, cheirosa,Boca de mirra e incensos, milagrosaNos filtros e nos tóxicos secretos…
poeta Cruz de Souza